quarta-feira, 3 de outubro de 2007

O melhor para o PT é a militância, não o Ibope

A história do PT é marcada pela intensa participação de seus militantes na vida interna do partido e na definição de suas políticas. Nosso partido nasceu fazendo a crítica do burocratismo e da lógica que desrespeita as instâncias partidárias e o debate interno. No ano que vem, estaremos enfrentando um duro embate eleitoral em Porto Alegre. O PT tem reais chances de vitória. Para isso, deve armar sua militância com um projeto que enfrente o desmonte da cidade patrocinado pelo governo Fogaça e apresente um programa de desenvolvimento e de futuro que torne Porto Alegre, mais uma vez, uma referência mundial de democracia e qualidade de vida.

Temos importantes decisões a tomar no próximo período. Decisões que exigem um profundo e qualificado debate interno sobre qual o caminho que devemos seguir. Como costuma acontecer neste período, começam a surgir pesquisas eleitorais. A mais recente delas é a pesquisa Ibope, encomendada pelo jornal Zero Hora e publicada no domingo, 30 de setembro. Ao longo de nossa história política aqui no Rio Grande do Sul, já conhecemos os interesses e significados políticos que acompanham tais pesquisas, especialmente as do instituto Ibope.

A mais recente pesquisa Ibope foi publicada um dia depois de o prefeito José Fogaça ter anunciado sua segunda mudança de partido em seis anos, fato que repercutiu negativamente junto à população. No entanto, tal pesquisa não captou essa repercussão negativa, sendo realizada nos dias imediatamente anteriores à decisão de Fogaça. Além disso, apresenta o prefeito na frente em todos os cenários, um resultado que se choca com o alto índice de reprovação da atual administração. Sabemos há muito tempo que tais pesquisas não são inocentes. Essa, objetivamente, blindou Fogaça de qualquer repercussão negativa sobre sua decisão de mudar de partido mais uma vez.

Essa já seria uma razão suficiente para não propor a substituição das instâncias partidárias e do debate interno por uma pesquisa Ibope. Mas não é a principal. A qualidade da nossa intervenção política e nosso compromisso programático com um projeto de esquerda é incompatível com esse tipo de decisão. Quem toma as decisões dentro do PT é sua militância, participando ativamente dos debates internos do partido. Quem constrói as vitórias do PT não são institutos de pesquisa, mas sim sua militância nas ruas.

O melhor para o PT não é definido pelo Ibope. Precisamos de mais PT e menos Ibope.



Carlos Pestana
Carlos Todeschini
Chico Vicente
Jorge Branco
Marcelo Danéris
Mauro Pinheiro
Sofia Cavedon

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