Porto Alegre já foi considerada a capital da qualidade de vida, mas hoje sofre com o descaso e o abandono. A atual administração faz propaganda de uma cidade estranha a nós porto-alegrenses. Após três anos de governo, temas relevantes e graves para a população ainda estão sem solução. Exemplos disso são a crise da saúde, com precárias condições do HPS, contas rejeitadas pelo Conselho Municipal da Saúde, suspensão de contratos nos PSFs, postos fechados, falta de medicamentos e médicos, e o Hospital da Restinga, promessa que não saiu do papel. Sofremos com a crise do lixo, com a falta de recolhimento e limpeza; a crise com os funcionários, com uma greve de mais de vinte dias; o “apagão no trânsito”; a falta de iluminação pública, aumentando a insegurança e os problemas nas obras da Av. Baltazar e do Conduto Álvaro Chaves. Soma-se a isso os cinco secretários afastados por incapacidade de gestão ou suspeitas de mal uso do dinheiro público, o caso mais grave envolve a Secretaria Municipal da Juventude que está sob investigação da Polícia Federal.
Mesmo assim a Prefeitura destaca a construção de 3,7 mil moradias, sendo que a maioria está no papel (Vilas Dique e Chocolatão), 700 são “casas de emergência” e mais de 1200 são programas do Governo Federal. Anuncia também as 27 novas creches, somente 12 concluídas, enquanto antes eram conveniadas dez creches por ano. Essa ausência do poder público se reflete também no superávit artificial alcançado com um brutal corte dos investimentos, serviços e custeio, tão festejado pela administração. Dos investimentos previstos para 2006 foram aplicados menos da metade e em 2007 foram previstos 310 milhões e aplicados até agora somente 40% do orçado. Das 501 demandas definidas pelo OP em 2005/2006 apenas 47 obras tinham sido realizadas até setembro de 2007. Depois de dois anos de abandono o Auditório Araújo Vianna foi entregue para a iniciativa privada por dez anos, em um processo de privatização branca e continua fechado. Recentemente foi denunciado o descaso com os programas Fome Zero e Cozinhas Comunitárias, que em 2006 receberam pouco mais de 20 mil reais, contra os quase 20 milhões gastos em publicidade em 2007. Isto revela um governo sem cuidado com a cidade, mais, a idéia “modernizadora” de administrar Porto Alegre como uma empresa tem se mostrado prejudicial para a população, sobretudo para quem mais precisa.